ERA UMA VEZ
Era uma vez uma mulher,
Uma mulher que acreditava
Na sinceridade dos amigos,
Um mulher quase criança
Que sonhava esperando
Por alguém com quem pudesse
Repartir seus sorrisos.
Era lavradora de almas
E tinha por propriedade
O branco virgem dos papéis,
Terrenos sem cercas,
Sem donos, sem coronéis.
Semeadora de sonhos
Tinha por sementes
Riscos rabiscos e letras,
Sinais a serem plantados
Na alma dos homens.
Rindo ou chorando,
Aplaudindo ou vaiando
Era, ao mesmo tempo,
A platéia e o artista
Presos ao circo da vida.
Usando uma máscara
Ria e fazia rir
Dizendo que o mundo
Era uma grande palhaçada.
Tinha o dom da magia
E sabendo todos os encantos
Cantava todos os cantos.
Sabia brincar,
E brincando se encantava
Num conto de menino
Para voltar a ser criança.
Sabia amar,
E amando acreditava
Que ainda podia
Haver esperança!
Sabia sorrir,
E quando sorria
O mundo se iluminava.
Ela era assim!
Não sabia tudo
Mas ensinava o que sabia.
Quem era ela afinal?
Calma que eu vou dizer!
Era uma simples mulher.
Porém, sabia sonhar!
E sonhando era Deus,
Era poetisa.
Era Rosa Gandine.
(Abner Poeta)
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